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Futuro do trabalho: O que os números revelam sobre o Brasil?

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Desemprego em queda, mas muita gente ainda subutilizada. Profissionais cada vez mais exigentes, recrutadores correndo atrás. Empresas disputam talentos, mas faltam pessoas com as competências certas.

O mercado de trabalho em 2025 está mudando, e rápido. 

Se você quer contratar, ser contratado ou simplesmente entender o que está acontecendo (e se preparar para o que vem aí), vale a pena acompanhar.

Neste artigo, a gente reuniu os dados mais relevantes para te ajudar a entender o agora e pensar no futuro do trabalho no Brasil.

Desemprego e subutilização da força de trabalho

Desemprego em queda? Sim — o Brasil fechou 2024 com a menor média já registrada: 6,6%.
Um dado animador. Mas ele não conta a história toda.

Um bom exemplo disso é a subutilização da força de trabalho, que chegou a 17,6% no último ano.
São 19 milhões de brasileiros em situação de trabalho abaixo do desejado ou fora do mercado.

E mesmo entre quem trabalha, a informalidade ainda pesa. Dos mais de 103 milhões de brasileiros com algum trabalho, só 38,7 milhões têm carteira assinada no setor privado.

desemprego e subutilização no Brasil em 2024

A queda no desemprego é uma boa notícia, sem dúvida.

Mas a subutilização ainda mostra um mercado marcado por informalidade, renda baixa e pouco aproveitamento dos talentos disponíveis.

Hoje, só uma parte dos trabalhadores tem acesso a um emprego formal, com carteira assinada e garantias. O restante se vira como pode: bicos, trabalho por conta própria ou acordos informais.

Em 2025, trabalhar não é mais privilégio – mas trabalhar bem ainda é.

Onde estão as oportunidades? 

Apesar dos desafios, o mercado de trabalho brasileiro mostrou sinais consistentes de recuperação.

Em 2024, foram criadas mais de 2,2 milhões de vagas formais, segundo dados do Novo CAGED.

Os cinco grandes setores da economia fecharam o ano com saldo positivo na geração de empregos:

  • Serviços lideram com 929 mil novas vagas, com destaque para áreas como saúde, educação, tecnologia e logística.
  • Comércio vem em seguida, com 336 mil vagas, puxado pela retomada do consumo.
  • Indústria registrou mais de 260 mil postos de trabalho formais, mostrando uma retomada gradual.

A movimentação existe, mas não é uniforme. O desafio agora é entender quem está ocupando essas vagas, como estão sendo preenchidas e sob quais condições.

Contratar não basta: porque reter virou o grande desafio

No mercado de trabalho atual, contratar já não é a parte mais difícil. O verdadeiro desafio é reter os talentos.

Com profissionais mais exigentes, novas prioridades e uma relação diferente com o trabalho, muitas empresas estão tendo que repensar sua cultura… ou ficar para trás.

A nova moeda de troca: flexibilidade, propósito e bem-estar 

Manter pessoas boas na equipe vai muito além de pagar bem. 

Hoje, 82% dos profissionais consideram o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho mais importante que o salário. E 57% rejeitariam uma vaga que colocasse isso em risco (Randstad Workmonitor 2024).

Ao mesmo tempo, apenas 21% dos trabalhadores no mundo estão engajados com o próprio trabalho (Gallup). E o custo desse desânimo é enorme: 438 bilhões de dólares por ano em produtividade perdida.

As empresas já começaram a correr atrás:

  • 90% implementaram (ou estão implementando) programas de saúde física e mental (KPMG).
  • Desenvolvimento da liderança, cultura e engajamento estão no topo das prioridades em gestão de pessoas (GPTW).

Mesmo assim, a conta ainda não está fechando:

Embora 58% dos trabalhadores digam estar satisfeitos com seus benefícios, 77% gostariam de mudanças para acompanhar o mercado (Robert Half).

O que afasta bons candidatos

O processo seletivo virou um funil frágil: 44% dos candidatos abandonam vagas por salários abaixo do mercado e 34% por exigências irreais (Panorama de Empregabilidade - Sólides).

Outros motivos de desistência incluem:

  • Discriminação ou perguntas invasivas (33%)
  • Falta de clareza nas responsabilidades (32%)
  • Falta de transparência salarial (26%)
  • Processos seletivos longos (25%)
  • Ausência de feedback (20%)

Ou seja: não basta ter uma vaga aberta. Atrair talentos exige respeito, transparência e escuta desde o primeiro contato.

o que atrai e retém colaboradores em 2025

E tem mais um ponto que vem pesando cada vez mais nas decisões dos profissionais: o formato de trabalho.

Segundo a Randstad, 42% dos trabalhadores acreditam que seus empregadores não oferecem flexibilidade suficiente em relação ao trabalho remoto.

Em um cenário onde equilíbrio, autonomia e bem-estar são prioridades absolutas, ignorar essas demandas pode custar caro. Inclusive em perda de talentos qualificados.

Competência é a nova urgência: qualificação e reskilling em alta

Se o trabalho está mudando, as habilidades exigidas também. E o ritmo dessa transformação não dá trégua. 

O Fórum Econômico Mundial estima que 39% das competências essenciais precisarão ser atualizadas até 2030.

No Brasil, a movimentação já começou. De acordo com a Fundação Dom Cabral:

  • 58% das empresas pretendem contratar profissionais com novas habilidades 
  • 48% querem realocar colaboradores de áreas em declínio para funções em crescimento

E o motivo é claro: para 3 em cada 10 CEOs brasileiros, a falta de talentos qualificados é o maior risco para os negócios hoje, segundo a PwC.

Diante desse cenário, qualificar e requalificar já não é um diferencial. É o mínimo necessário para continuar no jogo.

dados sobre a requalificação no mercado de trabalho

E não dá para falar em novas competências sem mencionar a aceleração da inteligência artificial no mundo do trabalho.

Segundo a PwC, 80% dos trabalhadores esperam mudanças nas suas rotinas por conta da IA, mas só 22% estão recebendo treinamentos formais.

Ou seja: a transformação está chegando antes da preparação.

E se ainda restam dúvidas sobre o impacto da IA no mercado de trabalho, os dados do Barômetro de Empregos de IA ajudam a esclarecer:

  • Setores altamente expostos à IA têm uma produtividade quase 5 vezes maior
  • Vagas que exigem habilidades em IA pagam, em média, 25% mais

Quer se aprofundar no tema? Temos um artigo só sobre isso: IA no mercado de trabalho: desemprego e novas oportunidades

Estamos preparados para o que vem por aí?

Olhando para os dados de 2025, uma coisa é certa: o mercado de trabalho está mudando mais rápido do que muita gente consegue acompanhar.

Empresas que ignoram as novas expectativas dos profissionais arriscam perder os talentos que mais precisam. 

Profissionais que não acompanham essa transformação podem acabar sendo substituídos — seja por gente mais preparada, seja pela tecnologia.

Flexibilidade, propósito, qualificação e bem-estar deixaram de ser tendências para virar base.
É com esses pilares que empresas e pessoas estão (ou deveriam estar) construindo suas estratégias.

O futuro do trabalho não é uma previsão distante. Ele já começou. Você está preparado?

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Fontes

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Carmen Peel
Carmen é redatora e especialista em mercado de trabalho da Zety. Desde 2024, atua escrevendo guias práticos sobre currículos e analisando tendências de carreira para transformar dados em orientação prática e acessível.
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