Raio-X dos currículos na saúde: dados e tendências em 2025
Criar meu currículo agoraAtendimento humanizado: é isso que todos queremos receber quando estamos sob os cuidados de um profissional da saúde (e de qualquer área, na verdade). A boa notícia? Essa é uma das habilidades mais priorizadas nos currículos da saúde.
Quais outras tendências encontramos na área? Como profissionais da saúde fazem seus currículos?
Analisamos mais de um milhão de CVs criados em nosso gerador para responder a essas perguntas. Neste artigo, mostro o que descobrimos e analiso como os dados se encaixam com as perspectivas da área da saúde.
Como profissionais da saúde se apresentam: dados reais
Coletamos dados de mais de um milhão de currículos criados em nosso gerador entre maio de 2024 e maio de 2025. A partir disso isso, identificamos os principais padrões de como profissionais da saúde constroem seus currículos:
- Profissionais da saúde tendem a escrever currículos mais longos: 60% têm mais que 300 palavras;
- Eles levam mais tempo para elaborar o currículo, cerca de 8 minutos a mais que profissionais de outras áreas;
- Sabem quantas habilidades colocar no currículo: a média é de 5 ou 6 competências, e há um equilíbrio entre listar poucas ou muitas;
- Quase 2 em cada 3 profissionais estão iniciando a carreira ou em fase de consolidação no mercado.
Analisamos os dados de currículos de diferentes profissionais da saúde, incluindo: enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, médicos, farmacêuticos, nutricionistas e cuidadores de idosos.
Em seguida, apresento em detalhes cada tendência do currículo da saúde.
Medindo os currículos da saúde: tempo e conteúdo
Veja o quanto profissionais da saúde escrevem em seus currículos:
- 36% tem entre 101 e 300 palavras;
- 28% tem entre 301 e 400 palavras;
- 20% tem mais de 500 palavras;
- 12% tem entre 401 e 500 palavras;
- 4% tem menos de 100 palavras.
Os currículos da área da saúde são, sem dúvida, mais densos. Esses profissionais valorizam detalhar suas experiências e competências.
Comparando com outros profissionais, os currículos da saúde são significativamente mais longos. Apenas 4% têm até 100 palavras, contra 46% dos currículos gerais.
O tempo investido para fazer um currículo também é maior:
Tempo médio para fazer um currículo da área da saúde: 19,62 minutos.
Já a média para profissionais em geral é de 11,23 minutos. Podemos supor que profissionais da saúde são mais cuidadosos na sua apresentação, ou simplesmente têm mais informações para organizar. Afinal, os currículos são mais longos.
Será que isso se traduz em maior experiência que a média?
Nível de experiência dos profissionais da saúde
A seção de experiência não é necessariamente a mais longa dos currículos da área da saúde:
- Sem experiência: 37%
- Até 2 anos: 27%
- De 2 a 4 anos: 16%
- De 4 a 6 anos: 8%
- Mais de 6 anos: 12%
São muitos os trabalhadores em início de carreira, sem experiência ou com poucos anos de trabalho. Ou seja, a área da saúde está recebendo novos talentos.
Mesmo na comparação com currículos de outros profissionais, são 64% dos currículos da saúde que têm até 2 anos de experiência, contra 48%.
Isso reflete um movimento mais amplo: o Brasil nunca teve tantos médicos como atualmente, segundo dados da CFM. Entre 1990 e 2024, o aumento do número de médicos foi de 339%. Chegamos a uma proporção de 2,81 médicos por mil habitantes.
A saúde segue se expandindo, e nossos dados mostram que há uma nova geração de profissionais pronta para atuar.
Perfil de competências dos trabalhadores da saúde
Podemos falar em número ideal de habilidades para um currículo da saúde? Veja quantas os profissionais listam:
- Nenhuma: 14%
- 1 ou 2: 9%
- 3 ou 4: 23%
- 5 ou 6: 24%
- 7 ou 8: 17%
- 9 ou mais: 13%
O padrão mais comum bate com a recomendação de especialistas em currículos: 5 ou 6 habilidades. Outro dado positivo é o número baixo de currículos sem habilidades, 14% contra 20% para profissionais em geral.
Quais habilidades são mais populares na saúde?
1.º Trabalho em equipe
2.º Capacidade de aprendizado
3.º Comunicação
4.º Organização
5.º Atendimento humanizado
6.º Precisão e atenção aos detalhes
7.º Proatividade
Sem dúvida, as soft skills dominam: quem atua na área da saúde entende que, além do conhecimento técnico, é essencial mostrar que sabe lidar com pessoas, tem empatia, foco e iniciativa — tudo o que o setor exige no dia a dia.
Comparando com currículos em geral, os da área da saúde destacam mais o cuidado com o outro, enquanto o mercado em geral valoriza mais criatividade.
Além dessas habilidades mais usadas por todos os profissionais da saúde, separei as principais soft skills e hard skills por profissão.
Habilidades técnicas e interpessoais por profissão
Quando falamos em hard skills, ou competências técnicas, é comum que sejam mais específicas de acordo com a profissão. Por isso, apresento também as principais habilidades por categoria profissional.
Enfermeiros e técnicos de enfermagem: resistência ao estresse, manuseio de dispositivos invasivos, conhecimento das boas práticas de higiene e assepsia hospitalar, conhecimentos de políticas públicas de saúde.
Médicos: trabalho em equipe multidisciplinar, postura ética e responsabilidade, empatia, capacidade de diagnóstico, escuta atenta.
Nutricionistas: colaboração em equipe multidisciplinar, conhecimento de normas sanitárias, pacote Office para criação de relatórios e documentos.
Farmacêuticos: comunicação clara e objetiva com os clientes, empatia no atendimento ao cliente, controle de estoque.
Cuidadores de idosos: tranquilidade e paciência, organização e responsabilidade para com horários e rotinas, atenção aos procedimentos de higiene, facilidade de relacionamento com diferentes perfis de idosos, noções básicas de nutrição no preparo de alimentos.
Fisioterapeutas: colaboração com equipe multidisciplinar, técnicas específicas de reabilitação, escuta ativa.
No geral, os dados condizem com as habilidades mais valorizadas este ano segundo o portal Saúde Business: comunicação eficaz, empatia no atendimento, trabalho em equipe e colaboração interdisciplinar, resolução de conflitos e gestão de estresse.
O que os dados dizem sobre o futuro da saúde
Vimos como os profissionais da saúde fazem seus currículos e esses dados apontam para uma transformação da área:
- Alta presença (64%) de recém-formados e profissionais com até 2 anos de carreira indica uma grande renovação no setor;
- Importância dada às habilidades interpessoais, revelando que a saúde caminha para um modelo mais centrado no paciente;
- A expansão da área da saúde se reflete na forma como os currículos são feitos: com mais informações e mais tempo investido.
Um fator que se destaca nessa transformação são as habilidades mais valorizadas. Trabalho em equipe, empatia e atendimento humanizado andam de mãos dadas com o cenário multidisciplinar e centrado no paciente que se espera encontrar hoje em dia.
Segundo o panorama das clínicas e hospitais da Doctoralia, 68% oferecem telemedicina. Essa é uma das tendências do mercado para a área da saúde, junto com maior digitalização e uso crescente de inteligência artificial.
Ou seja, o diferencial no futuro próximo será a combinação do conhecimento técnico e tecnológico com a empatia.
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